Com se esperava, registou-se grande afluência de espectadores no salão de festas da Casa da Comarca de Arganil, para assistirem à comemoração do 39º aniversário da Sociedade de Melhoramentos da Freguesia de Pomares.
A sessão abriu com apresentação do grupo musical «Os Rouxinóis», que se deslocaram a esta aldeia com o propósito de colaborar nesta simpática festa.
Fez a apresentação o sr. Evaristo Marques dos Santos que agradeceu a todos pela maneira como souberam tomar parte naquela iniciativa.
Seguiu-se a peça em um acto intitulada «Malhar em Ferro Frio», representada por gentis meninas do grupo cénico de Pomares, orientadas pela sra. D. Alda Henriques Baeta e que se exibiram com inteiro agrado.
Esta festa que serviu de pretexto para confraternização da família pomarense, e ficou na memória de todos os que nela estiveram presentes, terminou de madrugada, após animado baile.
J. A. A., Boletim Sobralgordense,Abril de1959.
O afastamento da terra onde se nasce, na luta incessante pela vida, acarreta, atrás de si, uma onda fremente de saudade, recordação quotidiana das coisas simples como almas sãs, a ribeira onde brincámos juvenis, a árvore que servia de esconderijo, a rua principal que no Inverno, além do lamaçal, para nos espojarmos oferecia, quais piscinas, lagos naturais, para adquirirmos uma mais escura cor de lama.
Depois evocamos a «ti Joana» que nos contava histórias de dragões e príncipes encantados, o «ti Manel» embarcadiço que nos deslumbrava com a descrição de outros mundos e outras gentes, mundos que facultam o amealhar do «pézinho de meia»...
E aqui nasce a aventura e também o regionalismo.
A saudade fomenta no coração a lembrança do que falta no berço querido, um passo mais na senda da civilização: a fonte do chafurdo pode inquinar-se, os caminhos estão uma lástima e a escola precisa de obras...
A «aventura» contribui então, generosamente, tributo ao torrão natal, com possibilidades materiais para que, lenta mas com segurança, se satisfaçam as mais caras aspirações, do que resulta uma obra maravilhosa que é de todos, a perpetuar a formação moral de cada um.
Por isto, que já não é pouco e por outro muito que não registamos respeitosamente nos inclinamos pelo desinteressado afecto dos cultivadores do regionalismo, simpatia que ditou, igualmente este despretensioso artiguelho.
Arnaldo Brandão, Boletim Sobralgordense,Abril de1959.
Na sua sede e sob a presidência do sr. Germano da Costa, reuniu, no passado dia 10, a direcção da nossa Comissão de Melhramentos.
Estiveram presentes os srs. João Francisco Mattos, José Duarte dos Santos, Mário Alves e António Domingos.
O sr. Germano da Costa informou das diligências efectuadas, a quando da úlltima deslocação ao Sobral Gordo, para o bom andamento dos trabalhos da estrada, que poderá ser uma realidade ainda este ano. Para isso, apelou para a boa vontade de todos os sobralgordenses de quem, na maior parte, depende a pronta execução de que hoje é o nosso maior desejo: a estrada.
Trocaram-se impressões sobre a forma de melhorar o abastecimento da água durante o Estio, de maneira a não ser deficiente no depósito, no chafariz e nos lavadouros. Foi sugerida uma solução que irá ser estudada atentamente, em data oportuna.
Foi marcada a data de 8 de Maio para apróxima reunião de Direcção, podendo assitir qualquer associado.
Boletim Sobralgordense, Abril de1959.
Como foi anunciado, realizou-se no passado Domingo, dia 5 do corrente, o passeio aos arredores de Lisboa, organizado pelo nosso "Boletim".
A alegria, que o mau tempo não arrefeceu, foi a nota dominante nos excursionistas ávidos de alegria e, mesmo de conhecer, como o demonstrou o numeroso e atento grupo, que seguiu o cicerene no convento de Mafra.
Partiu-se com chuva e regressou-se com sol. Com um sol que não brilhava só no céu, mas também, nas nossas esperanças quanto a realizações futuras.
Boletim Sobralgordense, Abril de1959.